sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Trevas

O lugar estava escuro e as paredes se tornaram praticamente invisíveis. O chão e o teto se fundiam na escuridão sem fim. Comecei a andar, vagaroso e apreensivo, naquela maciez sombria. Podia sentir o ar envolta de mim, tocando cada parte do meu corpo, dei mais um passo para frente, me senti pressionado por algo que eu não conhecia, meus ombros se encolheram perto do pescoço, talvez pela ponta de medo que eu sentira repentinamente. Meu corpo estremeceu e meus olhos se arregalaram, em busca de uma rota de fuga, mas não havia nada para ser visto e, provavelmente, era um lugar fechado. Me parecia um corredor... Encostei na parede mais próxima e deslizei com minhas costas por ela até chegar à outra. Meus sentidos estavam aguçados como jamais haviam estado. Eu começara a enxergar as coisas. Então corri, não fazia idéia de pra onde estava indo, apenas deixei minhas pernas me guiarem e estendi os braços na frente do meu corpo para, eventualmente, me proteger de possíveis colisões. Virei à esquerda rapidamente, dei mais alguns passos rápidos e então parei. Estava ofegante e continuava sem saber onde estava. A pressão estranha sobre mim parecia ter ficado para trás. Apoiei minhas mãos nos joelhos e tentei regular minha respiração. Inútil. Me sentei no chão e apoiei minha cabeça na parede, fechei meus olhos e respirei fundo. Tudo estava tão calmo agora...

2 comentários:

Ana Melisa disse...

Amei! *-* *tb sem palavras*

Anônimo disse...

Genial! *-* Pedro vc eh o meu escritor favorito o/